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Cravos: flores dos deuses, do amor e da liberdade

Por Patrícia Fonseca
Um cravo vermelho remete-nos, de forma quase imediata, para Abril. Mas no resto do mundo é símbolo do amor profundo e uma das flores mais oferecidas no Dia dos Namorados. Eu desconhecia este significado atribuído aos cravos, flores que já os gregos usavam em coroas nas cabeças, em cerimónias especiais. Do latim Dianthus, deriva de duas palavras: dios e anthos, que significam deus e flor. Esta era, portanto, a “flor dos deuses”. Na tradição cristã conta-se também que as lágrimas da Virgem Maria, vendo o seu filho a caminho da cruz, se transformaram em cravos cor de rosa. Nessa cor, bem como em branco, representam até hoje o amor puro e são tradicionalmente oferecidos às mães.

Soube tudo isto da boca de um agricultor palestiniano, numa das últimas grandes estufas de flores que ainda existiam na Faixa de Gaza, há 15 anos. Estávamos em janeiro e o homem queixava-se porque tinham milhares de cravos prontinhos a colher para seguirem para a Holanda, onde deveriam chegar a tempo do Dia dos Namorados, em fevereiro. Mas as autoridades israelitas mantinham as fronteiras fechadas, e não havia perspectiva de que pudessem ceder nas semanas seguintes.

No final da nossa conversa contei-lhe o simbolismo do cravo vermelho em Portugal. Falei-lhe da revolução que pôs fim à ditadura com flores nas pontas das espingardas, e como o cravo passou a significar “liberdade” para os portugueses. O homem ficou emocionado, como se nunca tivesse ouvido história tão bela. E prometeu-me que, se o seu país conquistasse a liberdade – e ele por ali ainda estivesse a cultivar flores -, haveria de distribuir cravos a toda a gente. Por isso, se um dia houver festa na Palestina e surgirem cravos nas mãos do povo, já sabem: a culpa é capaz de ser minha.

O livro de António Lúcio Vieira, que tive a felicidade de editar recentemente, fala desses dois grandes valores que o cravo representa: o amor e a liberdade. Do êxtase de os ter (ou julgar ter) e da angústia que se apodera de nós na sua ausência.

Aqui se juntaram 25 poemas de dores e de amores, num livro de especial sensibilidade, com uma capa que se abre em quatro revelando um grande ramo de cravos.

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